sexta-feira, abril 11, 2008

VELTRONI - Uma marca de confiança



LA SFIDA:

Este fim-de-semana vota-se em Itália.

Desde à muito, ou pelo menos desde que o conheci, que nutro uma especial admiração pelo ex "Sindaco di Roma", amores confirmados ao acompanhar a sua campanha eleitoral. Tanta admiração leva-me a iniciar uma segunda vez o post, terá mais lógica assim:

VELTRONI - Uma marca de confiança



"si può fare"

Veltroni incumbiu-se de uma missão nacional; a criação ou reformulação de um partido que cubra o catolicismo social, o comunismo made in italy e uma vontade enorme de reformismo. Sendo em teoria herdeiro do antigo partido de Prodi, e outros dissidentes, na realidade corre à eleição com um partido sem estatuto, sem grupo de dirigentes, sem militantes, sem máquina, também sem condicionantes históricos, em suma, um partido que não existe, um partido apenas com o líder.

Como sabem a Itália atravessa (ou padece) de uma crise de ideologias com o remontar de um sentimento anti politica, um bocadinho como nós.

Veltroni não quer o poder pelo poder, Veltroni quer reinventar a politica Italiana: por norma concorre-se ao Palazzo di Chigi em coligação, como o fez sempre Berlusconi ou como o fez Prodi numa aliança de 12 partidos de esquerda. Com todas as sondagens contra Veltroni vai sozinho!!!

Recusou veemente o habitual anti-berlusconismo de que o Sílvio tanto gosta para poder fazer a única política que ele sabe fazer, o confronto directo escudado pelo seu quase monopólio mediático (passa a ser monopólio total se for eleito)

Veltroni apenas tem um modo de anti-berlusconismo: a maneira de viver, de falar, de se vestir, de se mover, de ausência total de maquilhagens, a sua descontracção a sua maneira de falar directo, sem notas, sem italianismos bacocos.



Foi Ministro dos bens culturais do primeiro governo Prodi porém foi sobretudo como presidente da câmara de Roma, Veltroni alcançou uma popularidade praticamente inalcançável num pais de ódios de estimação de direcção norte-sul, este-oeste numa assimetria de dialectos e regiões...de divisões.

Isto foi conseguido com uma gestão pragmática da cidade, sem generosidades patéticas, perto dos seus administrativos e funcionários, com o acender do Coliseu cada vez que um ser humano é condenado à pena de morte (de um simbolismo brutal) do afixar nas paredes do Capitólio fotos dos raptados por esse mundo fora, com a exploração eximia de todo o património cultural e arqueológico da cidade eterna…uma gestão exemplar numa cidade e sociedade caótica. O segredo? Despertou o sentido mais nobre, o sentido humano.

Vamos ver como se sai o partido que não existe, por agora vai com 5, 6 pontos de atraso...nada mau para um homem sozinho.



Sua Emittenza do alto dos seus 72 anos é uma caricatura patética de si mesmo.



ridiCULO....como sempre

Podemos vê-lo a rasgar o programa do adversário num comício:



Ou a responder a uma jovem que o questiona como pensa resolver os problemas sobretudo financeiros dos jovens que como ela querem constituir família, ter uma casa, uma carro etc etc numa Itália difícil e a propósito do trabalho precário.

Sua Emittenza responde, mais ou menos isto

"o que te aconselho é que procures um companheiro como um filho meu, assim acabam todos os teus problemas financeiros"



Entretanto no sul de Itália a sangria avoluma-se, já se contam vários mortos desde que foram anunciadas as eleições. Convém estar bem posicionado na hierarquia mafiosa quando o Sílvio chegar ao poder.



Isto não é conspiração, é claro como àgua.

Não fossem as ligações manhosas do Sílvio às máfias como era possível ele ganhar sucessivamente no Sul de Itália e nas regiões onde a máfia está mais instalada se concorre aliado com a Lega Nord que almeja a independência do Norte de Itália e que tem nos seus slogans, Padania (região do norte de Itália) não é Itália e classifica os "terranos" como inergumes e cambada de chupistas?

Há mesmo noticias que a ndrangheta, mafia da região de calabria mas muito instalada pelo mundo fora, está a fazer pressão "física" sobre os milhões de emigrantes italianos para estas eleições/a>

Há pouco tempo afirmou que o Totti está "fuori di testa" porque apoia o candidato presente à câmara de Roma. Depois remediou dizendo que até gosta do jogador e mais!!! dá emprego à
MULHER dele num dos seus canais televisivos. Diga-se, talvez no melhor programa da televisão italiana, o STRISCIA LA NOTIZIA, um dos tais que tenta fazer justiça na televisão, que se ocupa de humilhar as figuras publicas, e não só, confrontando-as mesmo verbalmente e se for preciso fisicamente.



Mas nem tudo é mau nas listas do Sílvio, conta com belas parlamentares.



Principalmente aqui a menina da direita Mara Carfagna...sobre a qual um dia o Sílvio disse que se não fosse casado a desposava imediatamente.
Sua Emittenza pouco depois dessas palavras e obrigado pela mulher (afinal quem veste as calças) pediu desculpas publicamente à sua esposa.


Isto não é atirar maças a porcos, meus senhores.



Ainda que a uma escala diferente imaginam como o Mundo estaria diferente se o Al-Gore tivesse sido eleito em vez do palhaço, mercenário, petroleiro do Bush?

Homens de sensibilidade mínima como Veltroni podem de alguma forma ajudar a mudar a Europa, dar-lhe um carácter de liderança mundial e sacudir esse domínio horrível americano e emergente Chinês.
...

6 Bitaites:

Anónimo mandou o bitaite...

Fascinante este mundo da ""politica"" Italiana.... e a tua paixão por ela, não o é menos..

Anónimo mandou o bitaite...

Post Very good- GAY- very good, indded...(mas,como sabes, basta incluíres uma vaga referência a uma qualquer senhora italiana para eu subitamenteperder a autoridade sobre a minha razão- e tu aqui aludiste a 4 -5 se incluíres a senhora berlusconi, que tb está longe de ter sido espoliada de todos os seus antigos encantos )

Mas em relação ao Veltroni bastou « (...)ou reformulação de um partido que cubra o CATOLICISMO social(...)» para arruinar, na parte que me toca, toda a tua empreitada retórica...


Dessdich(drunk)

Anónimo mandou o bitaite...

Post Very good- GAY- very good, indded...(mas,como sabes, basta incluíres uma vaga referência a uma qualquer senhora italiana para eu subitamenteperder a autoridade sobre a minha razão- e tu aqui aludiste a 4 -5 se incluíres a senhora berlusconi, que tb está longe de ter sido espoliada de todos os seus antigos encantos )

Mas em relação ao Veltroni bastou « (...)ou reformulação de um partido que cubra o CATOLICISMO social(...)» para arruinar, na parte que me toca, toda a tua empreitada retórica...


Dessdich(drunk)

Tóchã mandou o bitaite...

Sim, percebo a tua inquietude. Apercebermo-nos das várias dezenas de partidos que tem a palavra católico no seu nome ou sub nome tem um carácter assustador.

Vindo eu de Portugal e conhecendo relativamente bem a realidade espanhola, quando me apercebi disso mesmo perguntei-me na altura …mas que raio, onde vim eu parar? Pensei que isto era dominado por pizza, afinal vou é comer hóstias todos os dias.

Depois dei conta de várias coisas. Os espanhóis parecem-me na generalidade bem mais católicos que os italianos, onde as associações, grupos de jovens e instituições católicas estão mais “proliferadas”. Muitas delas têm como sabes muitos problemas em lidar com estas politicas liberais do Zapatero.

Em Itália nem tanto. É claro, há aquela cúpula do Vaticano que paira sempre sobre Itália e principalmente sobre a sua capital.

Depois à essa coisa estranha dos múltiplos partidos católicos, pelo menos de nome. Nunca cheguei a perceber muito bem “a onda”. Parece que são obrigados a portá-lo para poderem dizer que o Vaticano sita ali por direito, que são os legítimos herdeiros do catolicismo.

Quero eu dizer que os italianos são católicos por obrigação (lá está, talvez histórica) e ,por exemplo, os espanhóis por devoção

Um desses partidos dissidentes de que falei que o Veltroni herdou chama-se “Margherita” que se intitulam – DEMOCRATAS CRISTÃOS DE ESQUERDA. Continuo sem perceber muito bem essa "onda", no entanto habituei-me a ouvir partido cristão sem me chocar, se não o fizesse teria de me refugiar nos partidos comunistas ou aqueles que ainda sonham com as verdadeiras “brigate rosse”.

Em Portugal é bastante diferente ouvir esse tipo de definição, como também me faz alguma confusão todos os grandes partidos da Alemanha serem de direita, ou pelo menos é essa a ideia que tenho, mas para isso chamamos à sua responsabilidade o Alemão.

Anónimo mandou o bitaite...

Berlusconi escutou, provavelmente, Luís Filipe Meneses e seguiu-lhe o exemplo: il cavaliere queixou-se amargamente dos malfadados media. Desta vez, não foram os jornalistas os culpados. Aquilo de que se queixa o antigo primeiro-ministro italiano é daqueles que o desenham baixinho, empertigado, esticado e de tacos altos. Os caricaturistas não respeitam a estatura do estadista. Já se sabe, os subversivos começam por amarfanhar a altura de um grande homem, para seguidamente, quem sabe, ameaçarem a propriedade privada e a sagrada família. Berlusconi não exigiu ainda o contraditório nas caricaturas. Falou forte à comunicação social para pôr os pontos nos is. Ele é, segundo diz, muito mais alto que Vladimir Putin e Sarkozy. Garante, pela alma dos seus antepassados, ter um metro e setenta e um centímetros. Ouviram? Um metro e setenta e um centímetros. Seguidos e de uma vez só. Tantos como o seu antigo adversário Romano Prodi. A questão é grave e não deixa a Itália respirar, suspensa nas questões que envolvem a vertigem da liderança. A polémica exigiu que o reputado jornal de direita Corriere dela Sera tirasse as medidas à crise. Enquanto o L’Osservatore Romano não se pronuncia, temos a verdade terrena. Contados os devidos centímetros, o jornal revelou que, de facto, Silvio Berlusconi mede menos quatro centímetros do que apregoa. Exagera na altura, e, mais grave, os seus um metro e sessenta e sete não alcançam – nem de perto, nem de longe – o metro e oitenta e três centímetros do candidato de centro esquerda, Walter Veltroni. Gastei 1544 caracteres a mais com esta história, ainda assim, muito menos do que aturam os italianos.

http://5dias.net/2008/04/12/o-tamanho-dos-lideres-meia-hora/#comments

Ger mandou o bitaite...

Sempre é interessante ver do ângulo de vários países questões politicas (e outras).
O caso italiano é de facto um caso bastante singular, que parece ter regras muito próprias.

Quanto ao caso alemão o acotece é que agora está a haver uma grande coligação que está a condicionar os dois partidos no que diz respeito às medidads que cada um gostava de tomar.

A SPD de Schröder teve durante a sua governação fases de politica mais à esquerda e outras mais à direita, mas a performance económica alemã tornou-se muito negativa (especialmente depois de 2000).
O partido está agora numa situação muito má, tendo em conta que a Merkel csegue ter um carisma considerável e absorver para si o mérito performance económica dos tempos actuais (que em parte foram consequ_encia de reformas tomadas na era Schröder).

Na Alemanha está a acontecer o inverso relativ mente por exemplo na Espanha (onde há uma tendência para a bipartidarização).
Na Alemanha existem 5 fracções com asente parlamentar:
- CDU/CSU (cristão-democratas)
- SPD (social-democratas)
- FDP (liberais)
- Die Grünen (Verdes)
- Die Linke (esquerda)

O ultimo partido é a grande novidade dos últimos tempos, combinando os pós-comunistas da Alemanha de leste com ex-membros da SPD desiludidos.

Os dois maiores partidos tem ao longo dos últimos 30 anos perdido expressão. Na década de 70 a soma dos dois partidos chegou aos 90%, enquanto que em 2005 foi de apenas 70%. O que está a complicar bastante a formação de governo na Alemanha.

Eu falei sobretudo sobre economia, mas em questões de sociedade a SPD
continua claramente a ser de esquerda.