sexta-feira, junho 29, 2007

Tentilhões-zebras

Ando sempre a tentar de me manter informado sobre o que se descobre na ciência e deparo-me com a seguinte experiência que foi feita por uma cientista norte-americana:

"Nancy Burley, professora de evolução e ecologia na Universidade da Califórnia em Irvine, brinca às bruxas com passáros. Agarra nos tentilhões-zebras machos e mascara-os. Um tentilhão-zebra normal, pré-Burley, é um belo animal, vermelho no bico e laranja nas faces, o peito listado como uma zebra, a parte inferior das asas com pintinhas cor de laranja e os olhos rodeados de riscas verticais em branco e preto, como os olhos de um artista de pantomina. O que lhe falta, ao contrário de outros pássaros, é uma crista. Logo, Burley dá ao macho uma crista. Enfia-lhe um chapéu de penas brancas na cabeça, transformando-o num Chef Bird-o-Dee. Ou então um boné vermelho alto, estilo Cat-in-the Hat. Visto que as pernas do pássaro são normalmente num tom neutro, bege-acinzentado, pinta-lhe as canelas em tons de vermelho, amarelo, lilás ou azul-bebé. Assim alterando-lhe o visual, a sua essência de tentilhão, Burley altera-lhe a vida. Como demonstrou numa série de expperiências maravilhosas, divertidas, importantes, os tentilhões fêmeas têm opiniões bem definidas acerca das várias vestimentas. Adoram chapéus brancos de cozinheiro e fariam tudo para acasalar com um macho vestido com tal indumentária. Em geral, os tentilhões constituem casais e vivem num regime de guarda partilhada dos filhotes, mas, quando a fêmea forma um casal com um tipo de chapéu branco, ela tem todo o prazer em fazer horas extraordinárias a cuidar dos filhos, permitindo-lhe levar uma vida folgada - embora ele não folguem, antes passe a vida a namorar. Desgraçada daquela que confunde um chapéu com um companheiro.
Mas basta enfiar um chapéu vermelho num macho para as fêmeas torcerem o bico. «Não me interessa, pode ficar com ele, irmã.» Se um macho de chapéu vermelho conseguir encontrar uma companheira, acabará por estar tão ocupado a cuidar dos filhos que não terá tempo para aventuras extraconjugais, mas, seja como for, ninguém estará interessado nos seus préstimos.
No caso das caneleiras, verifica-se o oposto. Se vestirmos um macho com argolas brancas nos tornozelos, atrairá poucos olhares. Se o vestirmos de vermelho, transformar-se-á num pássaro do amor.
etc."


De facto até nos animais reina o irracionalismo.

Põe-se a questão como uma pessoa veio ter uma ideia dessas para experiência...

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