terça-feira, dezembro 12, 2006

Reflexão sobre Ética - Parte 2

Vem aqui a continuação da minha refllexão.
Venho falar sobre a questão da ética num contexto específico que é o trânsito rodoviário (especialmente cá em Lisboa).
O tema do trânsito rodoviário tem a vantagem de que o que a situação desejada em termos éticos (a máxima) é bastante consensual, o que não acontece em outros domínios (especialmente em temas mais interpessoais).

Ontem tive a andar de carro com algum pessoal a uma distância relativamente curta em plena hora de ponta.
Ao pensar sobre essa situação cheguei à conclusão de que não é muito boa ideia orientar-se segundo o imperativo categórico porque senão não se chega a lado nenhum... literalmente.
Eu nunca conduzi cá em Lisboa, mas apercebi-me que aqui não resta outra coisa às pessoas senão adaptar-se ao estilo de condução vigente cá em Lisboa.
A questão torna-se interessante quando se observa outras métropoles onde a condução é bem mais civilizada do que cá em Lisboa.
Põe-se a questão: Porquê a situação rodoviária está em outros países mais próximo daquilo que toda (ou quase toda) a gente deseja do que cá em Portugal?
A resposta a essa pergunta costuma ser a de falta de civismo.
Encontrei agora uma definição alternativa da palavra civismo.

Definição - Uma acção que é orientada segundo o imperativo categórico e sobre cuja máxima existe um consenso amplo chama-se uma acção cívica.

A palavra civismo costuma ser aplicada em contextos públicos, como na questão do trânsito ou por exemplo no lixo. Não é aplicado em contextos onde a máxima não é consensual como nas questões interpessoais.

Voltando à questão do trânsito. Como se pode chegar cá em Portugal a um estado mais próximo da máxima desejada?
Nas revisões do código da estrada são constantemente acrescentadas proibições e obrigações, existe portanto a necessidade de punições por externos, portanto não punições que uma pessoa aplica a si próprio.

A questão banal do trânsito rodoviário, mesmo tendo uma máxima bastante consensual, implica sérios problemas na aplicação do imperativo categórico. Em assuntos mais complexos haverá aínda mais complicações na sua aplicação.

Ética é um assunto bastante rico. Mas os livros de Kant têm a fama de serem práticamente ilegíveis... Eu quando for grande e forte quero conseguir ler livros dele. :)

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